Aumente seu Repertório: o significado do Dia Internacional das Mulheres

O dia 8 de março geralmente rende homenagens com flores e bombons, mas sua origem é de luta por direitos e continua sendo uma data fundamental.

No Aumente seu Repertório desta semana falamos sobre o Dia Internacional da Mulher. Celebrado em 8 de março, é uma data que vai muito além de homenagens e posts emotivos em redes sociais. 

Embora a data tenha adquirido um caráter comercial para as pessoas de um modo geral, com a venda de flores e presentes, seu verdadeiro significado está na lembrança de que a luta por direitos iguais ainda está longe de acabar.

 

Como isso aumenta o seu repertório?

O Dia Internacional da Mulher tem origem na luta por melhores condições de trabalho de mulheres operárias, por melhores salários e pelo direito ao voto. São reivindicações que continuam em curso, sendo um momento de reflexão e mobilização. 

Oficializado em 1975, pela Organização das Nações Unidas (ONU), é uma data em que protestos e marchas são realizados em todo o mundo. 

O seu real significado é a busca constante por uma sociedade mais justa e igualitária.

 

A origem histórica do 8 de Março

Em 1975, a ONU estabeleceu o Ano Internacional das Mulheres, em celebração de conquistas políticas e sociais. A partir disso, foi instituído oficialmente o 8 de março como Dia Internacional da Mulher. 

Contudo, mobilizações nesse sentido já existiam desde o início do século 20. Vamos revisitar alguns marcos importantes:

  • Em 1908, 15 mil mulheres marcharam na cidade de Nova York exigindo melhores condições de trabalho e direito ao voto. Esse movimento resultou no Dia Nacional da Mulher, celebrado nos EUA a partir do ano seguinte, em fevereiro.

 

  • Em 1910, a líder socialista alemã Clara Zetkin apresentou a proposta de dedicar um dia à luta por direitos das mulheres em todo o mundo, durante a Conferência Internacional de Mulheres Trabalhadoras. Países como Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça organizaram comícios em março do ano seguinte. 

 

  • Uma semana depois desses protestos, em 25 de março de 1911, um episódio trágico deu ainda mais ênfase à luta das mulheres. Um incêndio tirou a vida de 146 pessoas, a maioria mulheres, na indústria Triangle Shirtwaist Company, em Nova York. Muitas não conseguiram sair porque as saídas estavam bloqueadas ou trancadas. Esse evento levantou discussões e também deu impulso à criação de regulamentações sobre segurança no ambiente de trabalho. 

 

  • Mas foi em 1917 que o 8 de março se consolidou. Uma greve histórica na Rússia, com participação massiva de mulheres operárias, em protesto contra as péssimas condições de trabalho, a fome e as milhões de mortes na Primeira Guerra Mundial culminaram na abdicação do czar Nicolau II. Com o nome de “Pão e Paz”, o movimento conquistou o direito ao voto às mulheres russas.

 

  • E, apesar dessa trajetória histórica de mais de 100 anos, foi apenas em 1975 que o Dia Internacional da Mulher foi oficialmente reconhecido pela ONU.

 

Desigualdade no mercado de trabalho

Apesar dos avanços, especialmente nas últimas décadas, as lutas que deram origem ao Dia Internacional das Mulheres, em 8 de março, ainda são extremamente relevantes. 

A invisibilização das mulheres na História, na Arte, na Ciência e em tantas outras áreas do conhecimento é um dos debates contemporâneos. Além disso, estatísticas confirmam que a desigualdade de gênero persiste no mercado de trabalho.

Alguns dados do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, referentes a 2022 e divulgados em 2024, nos ajudam a entender o cenário no Brasil:

  • 53,3% das mulheres participam da força de trabalho. Enquanto a taxa da população masculina é de 73,2%.
  • As mulheres representam apenas 39,3% dos cargos gerenciais. E seus rendimentos costumam ser, em média, 21,2% menores que dos colegas homens.
  • E tudo isso mesmo com elas tendo nível de instrução maior. Enquanto 21,3% das mulheres concluem o ensino superior, 16,8% dos homens o fazem.

 

Ameaças globais aos direitos das mulheres

Um estudo divulgado pela ONU Mulheres em 2025 alerta para um cenário global de ameaças crescentes aos direitos das mulheres, incluindo aumento da discriminação e da violência de gênero, proteções jurídicas insuficientes e maior vulnerabilidade social. 

A polarização política e as crises globais têm dificultado a implementação de políticas essenciais para o avanço dos direitos das mulheres. E isso resulta em:

  • Muitas mulheres estão na economia informal, sem proteção social e em maior vulnerabilidade em situações de crise.
  • 63% das mulheres entre 25 e 54 anos têm um trabalho remunerado, enquanto a taxa para os homens é de 92%.
  • Uma em cada três mulheres sofre violência física e sexual, tanto dentro quanto fora de suas casas.
  • A cada 10 minutos, uma mulher ou menina é morta por seu parceiro ou por um membro da família.

 

Nossas referências para esta pauta:

“Mais do que celebração, o Dia Internacional da Mulher representa luta por direitos” (Jornal da USP)

“O que é o Dia Internacional das Mulheres e como começou a ser comemorado?” (BBC)

“Dia Internacional das Mulheres: a origem operária do 8 de março” (Terra)

“Dia Internacional da Mulher 2025 – para TODAS as mulheres e meninas: direitos, igualdade e empoderamento” (ONU Mulheres)

“Mais escolarizadas, mulheres têm menor participação no mercado de trabalho e recebem 21% menos que homens, diz IBGE” (CNN Brasil)

“Direitos das mulheres retrocedem em um a cada quatro países, alerta ONU” (IG)

Travessa Dona Paula, 122, Higienópolis – São Paulo-SP, CEP 01239-050